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  • Foto do escritorDr Marden Marinha

Depressão e Trabalho


A depressão é um transtorno frequente, caracterizado por tristeza excessiva e/ou ausência de prazer que gera incapacidade ao sujeito em seu funcionamento social e laboral. Além de sintomas relacionados ao humor, a pessoa pode apresentar alterações no peso e no sono, cansaço e fadiga, alterações cognitivas e somáticas, dentre outras. O diagnóstico da depressão é dado através do exame clínico e o tratamento é realizado, basicamente, através de uso de medicações e psicoterapia.


Estima-se que a depressão atinja cerca de 15% da população ao longo da vida, atingindo 2 vezes mais as mulheres que os homens. Caso não tenha tratamento ou esse ocorra de forma inadequada, a depressão se apresenta com curso crônico e recorrente. Após o primeiro episódio depressivo avalia-se o risco de 50% recorrência; subindo para 70-80% após o segundo episódio e, 90% após três episódios depressivos. Dentre os pacientes depressivos estima-se que os dias ausentes ao trabalho possa ser pelo menos 2 vezes maior.


Considerando sua mortalidade e morbidade, calcula-se que a depressão tenha um custo aproximado de 83 bilhões de dólares, somente nos Estados Unidos. Assim, pode-se considerar a depressão como um transtorno mental com importante impacto social.


Pesquisas demonstram que os transtornos mentais, como o estresse laboral, a ansiedade, a depressão e o suicídio são as principais causas de ausência ao trabalho no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a depressão já é considerada como a principal causa de incapacidade laboral a nível global, sendo também, a principal causa de morte por suicídio, estimada em 4% dos portadores de transtorno depressivo maior - TDM.


Segundo o Projeto de Carga Global de Doenças da OMS, a depressão ocupa a quarta posição para carga global, sendo responsável por 4,4% dos anos de vida vividos com incapacidade, subindo para 8,8% dos anos quando analisamos a faixa etária entre 15 a 44 anos.


Entretanto, mesmo sendo claro seu impacto pessoal e social, a depressão ainda é um transtorno que se mantém subdiagnosticado e subtratado. Questões relacionadas a psicofobia e ausência de reconhecimento por profissionais da área de saúde podem estar relacionadas, além do tratamento com subdoses de medicamentos, o que nos leva a uma resposta ao tratamento, mas não ao objetivo do tratamento, que á a remissão dos sintomas depressivos. Como consequência de não tratar ou tratar inadequadamente, temos o comprometimento da qualidade de vida e maiores taxas de suicídio nesse grupo populacional.


A depressão é um transtorno que pode estar associado a outras comorbidades clínicas e psiquiátricas, podendo gerar grandes prejuízos para a pessoa, família e sociedade, tornando seu diagnóstico e tratamento adequados de suma importância.


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